A economia circular é essencial para um futuro mais sustentável. Descobre o que significa e como implementar na prática.

O que é a Economia Circular?

A economia circular é um modelo inovador de produção e consumo, que envolve a partilha, o aluguer, a reutilização, a reparação, a renovação e reciclagem de materiais e produtos. O objetivo é prolongar a sua vida útil ao máximo.

Na prática, a economia circular minimiza o desperdício. Quando um produto chega ao fim de vida teórico, os materiais são reaproveitados e reintroduzidos na economia com outros fins, sempre que possível. Assim, estes podem ser utilizados uma e outra vez, criando mais valor – e evitando a produção de novos produtos. É por este motivo que, por exemplo, vemos componentes eletrónicos feitos a partir de materiais reciclados inovadores, como plásticos descartáveis ou até antigas redes de pesca. E estes são apenas alguns exemplos.

De facto, o conceito de economia circular não podia ser mais diferente do modelo tradicional de produção, que tende a ser linear: produção – consumo – descarte. Este modelo depende de grandes quantidades de materiais e energia para produzir produtos baratos e encurtar os ciclos de produção. Isto leva a que, atualmente, seja lançado um novo carro, computador ou smartphone a cada ano, quando estes mesmos ciclos costumavam ser mais longos.

O modelo de produção tradicional está previsto para a obsolescência. Quer isto dizer que os produtos são concebidos para uma vida útil limitada para incentivar os consumidores a comprá-lo novamente.

Por outro lado, a economia circular promove a compra e venda de produtos usados ou de peças para reparar eletrodomésticos. As vantagens para o planeta são muitas e importantes.

Porque é tão importante fazer a transição para uma economia circular?

Sabias que a produção de materiais que utilizamos todos os dias representa 45% das emissões de CO2? E que, por ano, são geradas mais de 2 mil milhões de toneladas de lixo – quase 1 kg por pessoa, por dia?  Os números em Portugal são ainda piores do que a média mundial: cada cidadão produziu, em média 1,4 kg de lixo por dia. No início dos anos 90, este valor era de apenas 400 g. Mais: apenas 16% são recolhidos para valorização. O destino da maioria é o aterro e apenas 11% segue para reciclagem.

A quantidade de resíduos físicos gerada por ano é tão elevada, que representa praticamente metade da produção global. Ou seja, por cada 100 toneladas de novos produtos produzidos, há cerca de 50 toneladas a serem descartados.

Os benefícios para o meio ambiente são evidentes – contribuir para a conservação do capital natural, redução de emissões e resíduos, e combate às alterações climáticas. Mas as empresas e os orçamentos dos consumidores também ganham com a economia circular. A título de exemplo, se recolhêssemos os telemóveis usados na União Europeia para os reaproveitar teríamos uma poupança de mais de mil milhões de euros em custos de materiais de fabrico.

E numa altura em que muito se fala da volatilidade dos preços das matérias-primas, a reutilização dos produtos em fim de vida torna-se uma prioridade para poupar e para diminuir os riscos de falhas no fornecimento.

Por estas (e muitas outras) razões, a economia circular é uma prioridade para os consumidores, para as empresas e para os governantes. E todos, em diferentes níveis, podem contribuir para a sua implementação na prática.

Como implementar a economia circular na prática?

A economia circular pode ser aplicada a todas as etapas da cadeia de valor: desde o design ecológico, à produção. Mas vai mais longe e abrange também a distribuição, consumo, reparação e reutilização. Por fim, inclui a parte do processo que é mais tipicamente associada à economia circular, a reciclagem. Descobre como contribuir para a economia circular, com 4 ações práticas e simples:

1. Reutiliza ou vende o que já não usas

Tens móveis antigos em casa? Recupera-os e evita comprar novos. Muitas vezes, basta lixar e passar uma nova capa de verniz para lhes dar um aspeto como novo e evitar ir às compras. O mesmo se aplica, por exemplo, às garrafas PET – que podem ser transformadas em vasos. Já os recipientes e garrafas de vidro dão excelentes jarros, perfeitos para armazenar alimentos.

Aprende a fazer reparações simples, incluindo remendos na roupa, para evitar que vá para o lixo antes do que deveria. E vende ou doa aquilo que não te servir ou que já não usas. Por fim, reutiliza os resíduos orgânicos como fertilizante natural – e quem sabe, talvez comeces uma pequena horta em casa.

2. Escolhe bem antes de comprar

As compras por impulso são um inimigo da economia circular. Sempre que for necessário comprar algo como um computador, tablet, TV ou eletrodoméstico (foco na palavra “necessário”) avalia bem as características – incluindo classificação energética e materiais de construção – para que sejam mais duráveis e eficientes.

Sempre que possível, optar por produtos em segunda mão. Principalmente no mundo da tecnologia, a oferta de produtos “como novos” ou “recondicionados” é cada vez maior e, para além de ajudar o planeta, confere acesso a produtos de gama alta a bom preço.

3. Não abdiques da reciclagem

A reciclagem é algo que aprendemos desde a escola, mas que podia estar mais disseminada. Esta é uma prática essencial à economia circular, pois é desta forma que muitos materiais são reintroduzidos na economia.

Separa o lixo e incentiva outros a fazê-lo. Para além de reduzir os resíduos, contribui também para evitar os danos irreversíveis causados à biodiversidade, através da poluição do ar, do solo e da água.

4. Evita a tentação do consumo

Todos gostamos da sensação de comprar algo novo. Mas este hábito, para além de ser mau para o ambiente, é também mau para a carteira. Antes de comprar, pensa se precisas mesmo do produto. Se estás na dúvida, não avances – deixa passar alguns dias e, depois avalia se voltaste a sentir a necessidade de comprar.

Se tiver mesmo de ser, considera primeiro se podes fazer um upgrade ou compor algo que já tenhas e que talvez possa servir. Se for para comprar, pesquisa primeiro em sites e lojas de classificados, como o OLX, em que encontras produtos em segunda mão em ótimo estado. E, claro, verifica sempre os materiais e a proveniência do produto em questão, para garantir que é o mais sustentável possível.

Artigo relacionado: Quanto podes ganhar ao vender coisas usadas?

Com estas dicas, todos podemos contribuir para a economia circular. Não é assim tão difícil. Só tens de dar o primeiro passo, por muito pequeno que seja. No OLX, estamos a fazer a nossa parte ao promover um comércio direto entre consumidores, e que reduz a necessidade de produção de novos materiais. Contamos contigo?


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