Aqui ficam alguns factos rápidos para compreenderes a escala poluidora da fast fashion. Emite mais carbono por ano do que todos os voos internacionais juntos. Produz 10% de todas as emissões de carbono da humanidade. E é o segundo maior consumidor de água do mundo.

Se ainda não te tinhas dado conta, o nosso apetite coletivo por roupa não para de aumentar. E à medida que consumidores por todo o mundo compram mais e mais roupas baratas, quem paga é o planeta:

  • Sabias que guardamos as peças apenas metade do tempo do que há 10 anos?
  • E que, em média, utilizamos cada peça apenas 7 vezes antes de a deitarmos fora?
  • Ou que a maioria das pessoas só utiliza 20% das roupas no armário?
  • E que 23% de todos os químicos produzidos no mundo são destinados a esta indústria?

Apesar de tudo isto, para muitas pessoas o apelo dos preços é irresistível. Todos adoramos roupa barata. Mas o que se esconde por trás dos preços baixos? Há várias razões para encontrares t-shirts por meia dúzia de euros numa loja perto de ti:

  • 97% da roupa é produzida em países em desenvolvimento: A primeira razão é que a maior parte das nossas roupas não são produzidas em Portugal. Apenas 3% da roupa é produzida em países desenvolvidos. Os restantes 97% são subcontratados a economias em desenvolvimento um pouco por todo o mundo.  
  • 1 em cada 6 pessoas no mundo trabalha para a indústria têxtil: É o setor de atividade mais dependente de mão-de-obra. Infelizmente, é também um dos que paga salários mais baixos. Em alguns países, o salário chega a ser de 3€/dia e os governos não têm capacidade para garantir o cumprimento das regras de segurança dos trabalhadores, trabalho infantil, nem a legislação laboral ou ambiental.

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O impacto da fast fashion

Como é que a fast fashion afeta o planeta? Aqui ficam algumas das formas.

Consumo de água

A fast fashion é uma grande consumidora de água, principalmente devido ao processo de tingimento (coloração) da roupa. Memoriza este valor de referência: por cada kg de tecido tingido, são necessários 200 litros de água doce.

Para além do tingimento, o cultivo de algumas matérias primas, como o algodão, é extremamente exigente em termos de consumo de água. Para conseguir apenas 1 kg de algodão são necessários 20.000 litros de água. Para teres um exemplo, o que a fast fashion na Índia consome em água todos os anos dava para dar de beber a 80% da população daquele país.

Para minimizares a tua pegada ecológica, escolhe fibras com baixo consumo de água, como linho ou fibras recicladas.

Poluição aquática

Na maioria dos países onde as roupas são produzidas, as águas residuais não tratadas das fábricas de têxteis acabam despejadas diretamente nos rios. Esta água contém substâncias tóxicas como chumbo, mercúrio, arsénico ou crómio, extremamente prejudiciais à vida aquática e à saúde de milhões de pessoas que vivem nas margens desses rios. Lentamente, a contaminação atinge o mar e chega a todos os pontos do globo.

Já ouviste falar em micro-plásticos? Cada vez que lavas uma peça de roupa sintética (poliéster, nylon) estás a lançar 700.000 fragmentos para a água, que acabam nos oceanos. Os organismos que se alimentam destas microfribas são depois comidos por peixes maiores, o que faz com que a nossa cadeia alimentar não esteja livre deste perigo.

O que fazer em relação a isto?

  • Escolhe roupas feitas em países com regulamentações ambientais mais rígidas;
  • Escolha fibras orgânicas e naturais que não exijam a produção de produtos químicos;
  • Lava as roupas a uma temperatura mais baixa (30ºC).

Dificuldade em reciclar

As roupas baratas são, por definição, descartáveis. Como resultado, geramos cada vez mais resíduos têxteis. Uma família média no mundo ocidental deita cerca de 30 kg de roupas por ano e apenas 15% é reciclada, vendida em plataformas como o OLX ou doada. O resto vai direto para o aterro ou é incinerada.

As fibras sintéticas, como o poliéster, são fibras plásticas utilizadas em mais de 70% das nossas roupas. Não são biodegradáveis e podem levar até 200 anos a decompor. Por isso, é importante que escolhas fibras naturais ou semi-sintéticas e que compres menos, de melhor qualidade e que recicles. Ou em 2ª mão. No OLX encontras opções para todos os gostos, de modelos vintage a peças como novas, sem sair de casa.

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Emissão de gases

A indústria de vestuário é responsável por 10% das emissões globais de carbono devido à energia usada durante o cultivo, produção e transporte.

As fibras sintéticas (poliéster, acrílico, náilon, etc.), utilizadas na maioria das nossas roupas, são feitas a partir de combustíveis fósseis, tornando a produção muito mais intensiva em energia do que as fibras naturais.

Por outro lado, a maioria de nossas roupas é produzida em países como China, Bangladesh ou Índia, onde a fonte de energia mais utilizada ainda é o carvão. Este é o tipo de energia menos eficiente em termos de emissões de carbono.Por isso, escolhe fibras naturais, e se tiveres mesmo de comprar novo escolhe roupas feitas em países que dependam de energia renovável. Como Portugal, em que a energia renovável representa 57% do total produzido.

Como minimizar o impacto ambiental da fast fashion?

  1. Compra menos. Mesmo a roupa mais green consome recursos para produção e transporte. 
  2. Compra melhor. Como as roupas se tornaram muito baratas, não nos importamos tanto com a qualidade. O problema é que não há almoços grátis – se não pagas na loja, paga o planeta. 
  3. Compra em 2ª mão. Em vez de comprar roupas novas, no OLX encontras todo o tipo de opções de segunda mão.
  4. Aluga roupas: O aluguer de roupas é uma ótima opção, principalmente para roupas que não vais usar por muito tempo ou com frequência (roupas de bebé ou de gravidez ou vestidos para festas).

Tudo o que precisas para tornar o teu guarda-roupa mais sustentável está à distância de um clique. Começa hoje.


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6 comentários a “Fast fashion: sabes qual é o impacto ambiental da roupa que compras?”

  1. Teresa diz:

    Informações muito úteis
    Obrigada

  2. Ema Câmara diz:

    Muito interessante e muito importante para o planeta

  3. O Ponney diz:

    Permite-me que publique esta notícia no jornal o Ponney?
    Fica o endereço para publicação se assim o entender

    info@oponney.pt

    Deixo também o link, para saber quem somos.

    https://www.oponney.pt/sobre-nos/

    Obrigada
    Isabel Vilão

  4. Lidia costa diz:

    Gostei das vossas dicas , são muito importantes .

  5. Sandra Macedo diz:

    Parabéns! é preciso explicar para que as pessoas aprendam a fazer boas escolhas.

  6. FERNANDO FONSECA diz:

    Importantissimo o que nos dizem .
    Ignorava muita coisa.
    Obrigado.Vou melhorar a minha atitude.

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