Estás a pensar em comprar um carro elétrico, mas continuas na dúvida? Não são baratos, a autonomia ainda não é espetacular e a durabilidade das baterias deixa-te de pé atrás? Há motivos para preocupação? Este pequeno manual de boas práticas vai ajudar-te a manter as baterias sempre em alta!

Os automóveis elétricos estão a ganhar adeptos e, mesmo quando representam só 0,5% dos veículos que circulam na Europa (de acordo com os números mais recentes da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis), há cada vez mais condutores interessados neste tipo de carro, com uma condução silenciosa e que não precisa de combustíveis fósseis. Uma das maiores dúvidas prende-se com as baterias, pois a autonomia, a durabilidade e até a segurança destes dependem, obviamente, deste componente principal. 

Mas, vamos por partes. Antes, é necessário perceber que a bateria de um veículo elétrico é mais do que apenas uma única bateria. Na verdade, são várias, agrupadas em dezenas ou centenas de células, normalmente, arrumadas no piso do carro, entre os eixos, para não beliscar a habitabilidade, nem a modularidade no seu interior, num módulo projetado para armazenar grandes quantidades de energia, mesmo depois de milhares de ciclos de carregamento.

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Como proteger a bateria do teu carro?

A maioria dos carros elétricos atuais utiliza baterias de iões de lítio, como as do teu smartphone ou do portátil que tens em casa. E o princípio de funcionamento é exatamente o mesmo, oferecendo excelente capacidade, autonomia e durabilidade. Mas, claro, como bem sabes, estas baterias não duram para sempre. Devido a uma série de processos químicos, físicos e mecânicos, as baterias de iões de lítio vão perdendo carga ao longo do tempo e com a utilização. Aquilo que podes fazer é reduzir o efeito desses processos e retardar o “envelhecimento” da bateria. Como?

Para manter a bateria de um carro elétrico com o melhor desempenho possível, recomenda-se manter o nível de carga entre os 20% e os 80%. É o intervalo ideal para garantir o menor risco de degradação das baterias, para durarem mais anos. Nunca se deve esperar que a bateria descarregue totalmente antes de voltar a carregar, principalmente no caso das baterias de iões de lítio. Por outro lado, se vamos deixar um veículo elétrico parado algum tempo, duas semanas por exemplo, o ideal é deixá-lo com 50% a 60% de bateria.

Os dois principais fatores que afetam as baterias de iões de lítio são a temperatura e a carga. Os carros elétricos podem ser carregados de várias formas: numa tomada doméstica, através de uma Wallbox ou na rede pública.

Devagar se vai ao longe

A potência máxima de carregamento está sempre limitada à potência do carregador interno do carro. Se utilizarmos como exemplo um veículo cuja potencia máxima do carregador interno é de 7,4kW, isto quer dizer que independentemente da potência do posto ser de 7,4kW, 11kW, 22kW, a potência máxima que o carro permite vai estar sempre limitada a 7,4kW.

Depois, há o carregamento efetuado por carregadores que disponibilizam corrente contínua (DC) para a bateria do carro elétrico. Neste caso, não há necessidade de usar o carregador interno do carro e a potência máxima de carga é limitada pela voltagem da bateria (Volts).

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Este tipo de carregamento também é designado por carregamento rápido pois disponibiliza mais potência à bateria, diminuindo o tempo de carregamento.

Mas, para proteção da vida útil da bateria, quanto mais devagar… melhor. 

Os especialistas sugerem que uses os carregadores mais potentes e rápidos apenas em situações de recurso ou emergência. Isto porque o carregamento gera temperaturas mais altas e, quando a bateria está exposta ao calor (ou a variações rápidas de temperatura), maiores serão os possíveis danos a longo prazo. Ainda assim, mesmo para evitar uma sobrecarga da bateria e proteger os seus componentes, quando atinge 80% da capacidade da bateria a intensidade do carregamento abranda.

Nenhuma dúvida de que os carregamentos domésticos devem ser a primeira opção: além de ficarem mais baratos, preservam a integridade das células das baterias, contribuindo também para uma maior longevidade. 

Nas Wallbox, o carregamento acontece de forma mais despachada, mas este sistema está, por norma, desenvolvido para uma marca/modelo específico, respeitando as suas características.  

Evita as descargas completas

Utilizar uma bateria até a mesma descarregar totalmente pode danificar a estrutura química e a vida útil da bateria e, portanto, deve evitar-se. Recomendamos vivamente que não conduzas um veículo quando a capacidade da bateria for inferior a 10%. Se o veículo entrar em “Modo Save”, ficas com poucos metros de alcance apenas para estacionar o veículo em segurança.

Se o veículo elétrico foi sujeito a temperaturas elevadas, deves esperar que a temperatura do mesmo diminua antes de colocar o carro a carregar novamente. As temperaturas amenas são as que mais beneficiam a duração das baterias.

Autonomia “encolhe” com o frio

A deterioração do sistema de armazenamento também está relacionada com as condições meteorológicas. Os climas mais quentes combinados a cargas rápidas causam um desgaste ainda maior da bateria.

O mesmo acontece com a autonomia. Está demonstrado em vários estudos que as temperaturas baixas impactam na autonomia dos elétricos, mas um novo trabalho comparativo conduzido por uma equipa de especialistas da Recurrentauto.com vem trazer mais dados que demonstram como o frio influencia as reações químicas e físicas que devem ocorrer numa bateria para que esta funcione.

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A empresa norte-americana analisou um conjunto de 13 modelos diferentes e os respetivos valores de autonomia a -7ºC. Para achar o impacto da temperatura no rendimento dos veículos elétricos, estes resultados foram comparados com aqueles obtidos pelos carros a uma temperatura ótima de 21ºC. Os resultados demonstraram que, em média, os automóveis perderam 10% da sua autonomia a temperaturas negativas. Mas, em alguns modelos, as perdas chagaram aos 30%!

Trocar a bateria é opção?

Os especialistas consideram que o custo total em todo o período de vida do carro elétrico continua a ser inferior ao dos veículos a combustão. Nestes, os custos de manutenção aumentam de forma significativa com os quilómetros e a idade do veículo, o que não sucede nos carros elétricos, onde o aumento é mais leve. 

Os estudos revelam que, após o final do período de garantia, os custos de manutenção não programada disparam nos automóveis a combustão, enquanto, nos elétricos, há menos componentes de desgaste e menos complexidade mecânica. Mas, e se existir a necessidade de substituir a bateria do carro elétrico?

Num relatório recente, a Deco estimou o custo médio de uma bateria de 24 kWh em três mil euros, sendo que para uma capacidade mais funcional de 62 kWh, de acordo com as contas da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, o preço pode chegar aos sete mil euros.

“As despesas avultadas por avaria em fim de vida sucedem em todas as tecnologias. Quando o custo da reparação é superior ao valor residual do veículo, já não compensa avançar e o veículo é considerado em fim de vida, seja qual for a tecnologia”, explica o organismo.


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