Compostagem caseira: está na hora de pores as mãos na terra
Quantas vezes já ouviste falar de compostagem caseira? Ainda não sabes como começar? Criamos um guia simples para te ajudar.
A compostagem é um processo de valorização da matéria orgânica, que consiste na decomposição dos resíduos domésticos. Dá-se por ação de microrganismos que, na presença de oxigénio, originam a tal substância que conhecemos por “composto”.
O composto obtido poderá ser utilizado como adubo, uma vez que melhora a estrutura do solo. Para além de possuir fungicidas naturais, ajuda a eliminar os organismos patogénicos que perturbam o solo e as plantas.
Não precisas de ser um técnico especializado no tema para fazer a tua própria compostagem caseira. É um processo muito simples, económico e sustentável. Podes utilizar o composto numa horta, quinta, jardim, vasos ou floreiras que tenhas aí em casa.
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Desde as cascas das batatas, a borra do café ou restos de pão, quase tudo serve para criar composto – um material orgânico com aspeto de terra, escuro, sem odor e com excelentes qualidades fertilizantes.
A capacidade nutricional vai depender da qualidade dos resíduos utilizados. Este material promove a melhoria das condições do solo em termos de estrutura, porosidade, fertilidade, capacidade de retenção da água, arejamento e atividade microbiana.
Para além de tudo isto, é uma excelente alternativa aos fertilizantes químicos e permite reduzir a quantidade de resíduos que vão parar aos aterros.
Não precisas necessariamente de um compostor muito complexo. Apenas de um local onde amontoar o material, de preferência entre 60 centímetros e 2 metros de diâmetro. E podes ser tu próprio a construí-lo:
Compostor duplo:
Compostor de madeira:
Apesar de ser um processo simples, exige cuidados. Se optares por resíduos de pequenas dimensões, mantiveres o nível ótimo de humidade e remexeres a pilha todas as semanas, vais ter o composto pronto em dois ou três meses.
Verdes | Castanhos |
– Folhas verdes -Ervas daninhas sem sementes – Flores – Aparas de relva frascas – Restos de vegetais e frutas – Borras de café, incluindo os filtros – Folhas e saquetas de chá – Cascas de ovo – Restos de vegetais crus – Cascas de fruta – Arroz e massa cozinhados – Cereais | – Folhas secas – Relva cortada seca – Palha – Feno – Resíduos de cortes e podas – Aparas de madeira e serradura – Carumas – Cascas de batata |
O revolvimento da pilha de compostagem é imprescindível para que a matéria orgânica seja decomposta num ambiente aeróbio, ou seja, na presença de oxigénio. Uma das formas de arejar a pilha é remexer os materiais com um ancinho.
A periodicidade com que o composto deve ser remexido varia consoante diferentes fatores como a própria dimensão da pilha, o tipo e quantidade de materiais adicionados, entre outros.
A humidade é outro fator que influencia diretamente a compostagem. Os microrganismos que decompõem a matéria orgânica necessitam de humidade para se movimentarem na pilha.
Podes testar a humidade retirando um pouco dos materiais presentes na pilha e apertá-los na mão. Se a humidade estiver ao nível ideal, devem escorrer-te algumas gotas de água pelos dedos.
A temperatura é o terceiro fator mais importante para o sucesso da tua compostagem doméstica. Esta varia em resultado do trabalho dos microrganismos presentes. O ideal é que permaneça numa temperatura de 55 graus.
A localização também é importante. Se vives num local com temperaturas elevadas, escolhe um espaço que proporcione sombra pelo menos uma parte do dia, evitando a secagem e arrefecimento rápido do composto.
Se a chuva for frequente, cobre o composto da melhor forma possível, para evitar que o excesso de água prejudique a decomposição.
Problema | Causa possível | Solução |
Processo lento | Demasiados resíduos castanhos ou demasiado grandes. | 1. Adiciona resíduos verdes. Corta os materiais em pedaços mais pequenos. 2. Revira a pilha. |
Cheiro a podre (libertação de amónia) | 1. Humidade em excesso ou demasiados resíduos verdes. 2. Compactação. | 1. Revira a pilha regularmente. Adiciona resíduos castanhos. 2. Se a pilha persistir em ficar húmida, remove a tampa em dias de sol. 3. Revira a pilha ou diminui o seu tamanho. |
Temperatura muito baixa | 1. Pilha demasiado pequena. 2. Humidade insuficiente. 3. Arejamento insuficiente. 4. Falta de azoto. 5. Clima frio. | 1. Aumenta o tamanho da pilha. Adiciona água com regador ao revirar a pilha ou cobre a parte superior da pilha. Tira a tampa do compostor quando estiver a chover. 2. Revira a pilha. 3. Adiciona resíduos verdes. 4. Aumenta o tamanho da pilha ou isole-a com material como palha. |
Temperatura muito alta | 1. Pilha muito grande. 2. Arejamento insuficiente. | 1. Diminui o tamanho da pilha. 2. Revira a pilha. |
Pragas | Presença de restos de carne, peixe, ossos, molhos ou gordura. | 1. Retira esses alimentos da pilha e cobre-a com uma cama de solo ou resíduos castanhos. Podes usar um compostor à prova de roedores ou revira a pilha para aumentar a temperatura. 2. Se houver presença de formigas significa que a pilha está muito seca e deves regá-la. |
Quando o composto estiver pronto, retira-o da pilha de compostagem, deixa repousar entre 2 e 4 semanas, a chamada fase de maturação, e podes começar a usá-lo.
Podes colocar 1/3 do composto por cada vaso, misturando com 1/3 de terra e 1/3 de areia, para obteres um bom meio de crescimento das tuas plantas.
A compostagem doméstica pode ser um pequeno passo para ti, mas um grande passo para o Planeta. Junta-te a nós nesta missão de tornar o mundo num lugar melhor.
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